Graça não é nem a negação do pecado nem a negação da culpa
Da Revista Ultimato – Edição 318
Antes de ser teólogo e pregador da graça por excelência, Paulo é um dos mais notáveis pecadores alcançados por ela. Em sua conduta anterior, quando ainda se chamava Saulo, esse judeu era um feroz perseguidor dos cristãos, homens e mulheres, tanto em Jerusalém como no exterior. Ele localizava, perseguia, castigava, algemava, torturava e levava os cristãos para serem encarcerados em Jerusalém. E ainda dava seu aval quando eles eram mortos, como no caso de Estêvão, o primeiro mártir da igreja primitiva (At 9.21; 22.3-5; 26.9-11). Sem a graça, Paulo estava distanciado de Deus e condenado para sempre. Apesar de ser blasfemo, perseguidor e arrogante, “nosso Senhor derramou a “sua imensa graça” sobre mim e me deu a fé e o amor que temos por estarmos unidos com Cristo” (1Tm 1.14, NTLH). A mais conhecida declaração sobre a riqueza da surpreendente e maravilhosa graça é da lavra de Paulo: “Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).
A graça não é algo complicado. Não demanda especulações filosóficas nem teológicas — é o favor imerecido da parte de Deus em benefício do pecador culpado e nada mais. Não é nem a negação do pecado nem a negação da culpa, mas a remoção de um e de outro, graças ao extremo amor de Deus. O favor realizado não é em função de algum merecimento ou obra positiva por parte do receptor. Ele é sempre imerecido aos olhos de Deus, o credor, e aos olhos do pecador, o devedor. O que produz a salvação definitivamente não é qualquer realização moral ou ato religioso da parte dos devedores. É a graça de Deus, e nada mais, que “se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11).
Onde o pecado aumenta por causa da clareza e da força da lei, por causa do volume, da gravidade e da frequência das transgressões, “a graça de Deus aumenta muito mais” (Rm 5.20, NTLH). A abundância do pecado provoca a superabundância da graça. É o caso daquelas três mulheres sem nome (a samaritana, a pecadora e a adúltera) envolvidas em escândalos ligados ao comportamento sexual (Jo 4.1-30; Lc 7.36-50; Jo 8.1-11). É o caso daquele criminoso condenado à pena máxima por seus crimes e que, momentos antes de morrer, arrepende-se de seus pecados e obtém a promessa da vida eterna (Lc 23.39-43). É o caso do mavioso salmista de Israel que se descuidou e veio a se enchafurdar na lama do pecado, de onde foi graciosamente içado (Sl 40.2).
O salvo nada mais é do que “um inimigo que Deus escolhe, um condenado que ele agracia”, nas palavras do jesuíta Jacques Guillet.
O método de contabilidade de Deus
Até o diabo tem versículos bíblicos preferidos! E nossa geração?
Somos todos iguais! (em nossas complicações e limitações)
Por: Saulo Diniz Ferreira – Goiânia GO
Quem não é complicado?
Quem não é preconceituoso?
Quem não é vulnerável?
Quem não está sujeito a danos emocionais?
Quem não carrega traumas de infância?
Quem não tem alguma ideia fixa?
Quem não sofre de algum complexo de inferioridade ou superioridade?
Quem não tem ondas de tristeza?
Quem não é ansioso?
Quem não adoece?
Quem não precisa de algum tratamento?
Quem não tem medo?
Quem não teme a morte de entes queridos e a própria morte?
Quem não é mortal? Quem não é pecador?
Quem não carrega dentro de si a pecaminosidade latente?
Quem não é tentado a praticar o mal?
Quem não está sujeito às potestades do ar?
Quem não tem calcanhares de aquiles?
Quem não precisa se arrepender de alguma coisa?
Quem não depende do perdão de seu semelhante e de Deus?
Quem não é frágil?
De: Revista Ultimato
Conectividade entre Ciência e Fé
I Encontro Nacional de FÉ E CIÊNCIA para o Século XXI – 2013
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Dr. José Maria Bechara – Professor Adjunto da FEI
Palestra 3 tema: Conectividade entre Ciência e Fé
Spurgeon ainda fala
Charles Spurgeon:
“Deus determinou um dia em que julgará o mundo, e suspiramos e choramos até que termine o reino da impiedade e dê descanso aos oprimidos. Irmãos, devemos pregar o vinda do Senhor, e pregá-lo mais do que temos feito, porque é o poder do Evangelho. Muitos têm prendido estas verdades e assim o osso foi tirado do braço do Evangelho. Sua ponta foi quebrada; seu gume foi cegado. A doutrina do julgamento vindouro é poder pelo qual as pessoas são despertadas. Existe uma outra vida; O Senhor virá uma segunda vez; o julgamento chegará; a ira de Deus será revelada. Onde esta mensagem não é pregada, ouso dizer que o Evangelho não é pregado. É absolutamente necessário à pregação do Evangelho de Cristo que as pessoas sejam alertadas a respeito do que acontecerá se elas continuarem em seus pecados. Ôu, ôu, senhor cirurgião, o senhor é delicado demais para informar ao seu paciente que ele está doente! Espera curar os doentes sem eles tomarem conhecimento. Assim, o senhor os lisonjeia: e o que acontece? Eles riem do senhor e dançam sobre suas próprias covas. E finalmente morrem! Sua delicadeza é crueldade; suas lisonjas são veneno; o senhor é um assassino. Será que devemos manter as pessoas em um paraíso de mentira? Será que devemos adormecê-los em doces sonecas das quais apenas acordarão no inferno? Será que devemos nos tornar colaboradores para sua condenação através de nossas agradáveis conversas? Em nome de Deus, não!’